terça-feira, 11 de março de 2014

Patriots e Spurs: os favoritos de sempre



Comparar atletas e equipes de diferentes esportes é quase uma heresia. Sempre vou contra quando alguém acaba dizendo, para dar exemplo, que Wayne Gretzky é o Pelé do hóquei ou Babe Ruth foi o Pelé do beisebol. Ora, por que não se pode falar o contrário, que Pelé é o Gretzky do futebol? Essa é uma superficialidade vestida de nacionalismo que certamente depois será abordada aqui, porque o nome de Greztky é mais absoluto em seu esporte que o de Pelé no futebol.

Também é muito complicado comparar equipes e dizer que o Boston Celtics, por ser o maior campeão da NBA, é uma espécie de Real Madrid. Esse tipo de comparação não serve para nada, apenas para colocar um exemplo de nossa monocultura esportiva que quer esclarecer tudo com futebol.

Mas esse texto está aqui para cometer uma heresia, para criar um paralelo com dois times de esportes diferentes, mas que parecem ser iguais: San Antonio Spurs e New England Patriots.

Logo quando imaginamos esses times, vemos no comando dois técnicos experientes: Bill Belichick e Gregg Popovich. Ambos fazem o estilo de linha dura, são monossilábicos com a imprensa, porém geniais na beira da quadra ou do campo de jogo. Os dois se baseiam em equipes lideradas por jogadores experientes. No basquete, o Spurs tem Duncan, Ginóbili e Parker, no Patriots, vemos Brady e Wilfork liderando o ataque e a defesa respectivamente.

Outro ponto em comum entre os dois times é a regularidade. Independente da condição do elenco, ambos estão sempre nos playoffs e nas listas de favoritos a vencer, por mais que outras equipes apresentem grupos superiores ou estejam jogando melhor. São times que sempre se reinventam.

Muitos torcem o nariz ao ver o Spurs com o trio experiente, mas aos poucos o time se reconstrói com Danny Green (26) e Kawhi Leonard (22) pontuando bem e conta com atletas que ganham muita experiencia, como Boris Diaw e Splitter (ambos com 31 anos) na rotação dentro do garrafão e agora Marco Belinelli (27). O Spurs está mais uma vez na parada pelo título da NBA.

Da mesma forma que muitos enxergam o Patriots sempre como "o último ano bom de Brady". Ouvimos isso várias vezes e Brady responde sempre com boas colocações nos playoffs e duas idas ao Super Bowl nos últimos 6 anos. Perdeu as duas vezes, é verdade, mas em nenhuma pode ser considerado culpado.
Nas últimas temporadas, a equipe de Boston se viu com graves problemas na defesa, porém com a contratação de Rob Ninkovich e Aqib Talib, ganhou um novo ânimo, que foi eliminado apenas na final de conferência.

Claro que ambos já enfrentaram momentos ruins, como a lesão no joelho de Brady que o tirou da temporada 2008, mas mesmo assim Matt Cassell, seu reserva, quase levou o time para a pós temporada. O momento ruim do Spurs foi a eliminação para o então número oito no oeste, o Memphis Grizzlies.

Em baixa ou não, esses dois times sempre são favoritos, jogam de forma coletiva e sempre são perigosos em suas ligas. Cometi aqui uma heresia.

Um comentário:

  1. Excelente postagem, Guilherme.

    Curioso que, dia desses, passamos a pensar nos possíveis e prováveis campeões da NBA-2014, e os nomes OKC, Pacers e Heat foram os principais nomes - os dois primeiros pelo elencon/mentalidade do momento, Miami por ser, oras, o atual bicampeão. mas falamos de Rockets, também. E o Spurs acabou não surgindo num primeiro momento. No entanto, sim, eles estão aí com o melhor recorde da temporada até o momento! E se chegarem nos PlayOffs com os Jogos 7 em casa... vai ser difícil eles perderem, ainda mais pela amarga derrota do ano passado.

    E mais pimenta: ano passado, com a belíssima campanha dos Spurs, começou uma revalorização de Tim Duncan e sua posição na história do basquete. "Se ganhar mais esse anel", muitos diziam, "deverá ser considerado o maior jogador no 'pós-Jordan', à frente de kobe Bryant".

    Eu acho que sim. Duncan, até por sua personalidade extremamente centrada dentro e fora das quadras, chama menos atenção do que Bryant, LeBron ou do já aposentado Shaq. Mas acho que ele é, de fato, o jogador mais eficiente - e constante - que surgiu desde o início dos anos 90.

    Um gênio completo. Só por isso já vale apostar nos Spurs para esse título (que seria o quinto de Duncan).

    Abraços, Marcel

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