domingo, 11 de maio de 2014

CBB fecha mais um ano no vermelho


Se dentro da quadra a fase do basquete brasileiro é muito boa, com a retomada do domínio continental dos clubes sobre a LNB argentina (Brasília campeão sul-americano com o Bauru em terceiro e final brasileira na Liga das Américas), a situação da entidade máxima da modalidade está cada vez pior. O balanço financeiro divulgado há pouco escancara a má administração mesmo com o crescimento das receitas.

Embora um novo patrocinador tenha aportado (Bradesco), o Ministério do Esporte tenha despejado muito dinheiro e o orçamento crescido, a confederação segue gastando mais do que deve e fechou de novo no vermelho, com um prejuízo de quase 900 mil reais. É claro que o ritmo do aumento da dívida é menor em relação aos últimos anos, mas o déficit está sendo corriqueiro nos balanços da entidade.

E os gastos são um tanto inexplicáveis, como o salto de 5,2 milhões para 12,6 milhões de reais em torneios, mesmo que os nacionais masculino e feminino sejam de responsabilidade das ligas (LBF e LNB), além da Liga de Desenvolvimento, que também não tem dinheiro da CBB envolvido, apenas a chancela. Não dá para entender.

É também necessário lembrar que a CBB, mesmo gastando 12,6 milhões em torneios, afirmou que não tinha dinheiro para pagar as passagens aéreas e hospedagem dos oito times (sete porque a Assembleia Paraense desistiu por ter de pagar as despesas) que jogaram a Super Copa Brasil em 2013, cujos gastos foram pagos pelas próprias agremiações. O gasto com pessoal também aumentou: de 3,1 milhões para 3,7 milhões de reais.

Com uma dívida total ao redor dos 10 milhões de reais, a confederação está em um buraco bem fundo. As federações estaduais, que aprovaram as contas e recebem o repasse da CBB, perpetuam essa má administração. Não há nenhum novo incentivo, torneio, ação, clínica ou simples investimento claro em prol do basquete justificado no balanço, como escreveu Fábio Balassiano em seu blog no UOL. 

As dívidas não param de crescer, mesmo que as receitar estejam em alta, e esse ciclo vicioso vai colocando a confederação em um buraco cada vez maior. Obviamente quem perde é o basquete.