domingo, 9 de novembro de 2014

Página de ajuda ao basquete feminino já tem mais de mil curtidas



Há duas semana recebi um e-mail de Patrícia Santana, chamando a atenção para um movimento chamado SOS Basquete Feminino Brasileiro, do qual ela é uma das fundadoras. O grupo tem o objetivo chamar a atenção para a fase terrível que a modalidade passa no país e criar ideias para melhorar o basquete das mulheres.

Enquanto o NBB caminha firme em sua sétima temporada, conquistando de volta a hegemonia nas Américas e prestes a formalizar um acordo coma NBA, a LBF, ainda dependente muito da CBB, patina, perde equipes e a cada ano sofre para fechar um campeonato que tenha dez times.

Neste ano, a equipe de Rio Claro fechou as portas e Brasília quase desistiu do nacional. Temos problemas em Americana, uma base extremamente fraca e resultados ruins nas seleções.

E com o objetivo de levantar o basquete feminino, a página "Salvem o Basquete Feminino Brasileiro" já tem mais de mil curtidas em praticamente vinte dias de fundação.

Reunindo posts da imprensa especializada e ideias populares dos fãs da modalidade, o grupo fundador do SOS Basquete Feminino Brasileiro resolveu escrever uma carta aberta ao Ministério do Esporte pedindo ajuda para salvar a modalidade que anda em péssimas condições no Brasil.


SÃO PAULO, NOVEMBRO DE 2014

Excelentíssimo senhor Ministro dos Esportes Aldo Rebelo

Neste ano de 2014, comemoramos os 20 anos do título mundial conquistado pela nossa seleção feminina de basquete, através da geração dos maiores ícones da história desse esporte, Paula e Hortência. Foi um feito inédito e bastante comemorado por toda a torcida brasileira e principalmente por aqueles que trabalharam e ou ainda trabalham com essa modalidade. Com esse título mundial, parecia que finalmente essa modalidade esportiva iria crescer em números de clubes, onde teria seus maiores investimentos oriundos de empresas privadas.

Porém, o que vimos foram times fechando as portas, várias atletas encerrando suas carreiras precocemente e a categoria de base largada sem menor estrutura para um crescimento técnico. Na época do título mundial, em 1994, havia apenas cinco clubes no campeonato mais importante do país, o paulista. Hoje a situação nos parece bem pior, pois o campeonato paulista ocorrido neste ano teve quatro clubes; Santo Andre, Americana, Presidente Venceslau e Rio Claro, sendo que esse último encerrou suas atividades para o basquete feminino ao término de sua participação.

O fato concreto, senhor Ministro, é que nosso basquete feminino está aos poucos desaparecendo em clubes e em praticantes, pois o pouco interesse por esse esporte é um reflexo da falta de incentivos e descaso com uma modalidade esportiva que irá participar dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

Nosso movimento, chamado SOS Basquete Feminino Brasileiro, vem a público pedir ao Ministério dos Esportes uma providência urgente e extremamente necessária para resgatar o basquete feminino, afinal a CBB (Confederação Brasileira de basquete), que é entidade responsável de fomentar esse esporte, não está ajudando como deveria e merece.

O descaso é visível, pois percebemos o tratamento dado ao basquete masculino no caso do mundial deste ano em que a seleção masculina não se classificou na disputada do pré-mundial, porém a CBB pagou uma alta taxa à FIBA para a seleção receber um convite e disputar o mundial. Enquanto isso o basquete feminino interno está minguando em clubes e praticantes.

Senhor Ministro, nosso basquete precisa do apoio deste Ministério para ser resgatado, pois essa situação não pode continuar. Nossa reivindicação está na formação de uma comissão composta por técnicos, jogadoras, ex-jogadoras e torcedores para discutirmos sobre novas formas de cuidar e trabalhar o basquete feminino brasileiro.

É hora de nós, que amamos o basquete feminino, nos unirmos para não deixar esse esporte que nos deu tantas alegrias no passado morrer.

Atenciosamente,

MOVIMENTO SOS BASQUETE FEMININO BRASILEIRO.

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