terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Pôr do sol

O apreciador de esporte que, assim como eu, nasceu nos anos 80 não está acostumado a ver seus "heróis" envelhecerem. Sem exceção, os craques que nós vimos marcando o gol do título, vencendo em Roland Garros, chorando com a medalha de ouro, "chutando" a última cesta de três pontos ou dando um show pilotando a velocidades inacreditáveis ainda estão por aí.

Volta e meia vemos um jogo apresentação do Guga, uma "pelada" com Zico, Ronaldo e Romário, etc. Com exceção de Ayrton Senna, que nos deixou muito antes do tempo, nossos heróis ainda tiveram tempo para nos proporcionar muitas alegrias ou em alguns casos, quase acabar com tudo que construíram enquanto na ativa.

Eu lembro vagamente do jogo de comemoração dos 50 anos do Pelé. Pra mim, ele era um idoso e apenas o personagem de histórias que eu ouvia falar. Alguns dias atrás acompanhei pelo Instagram as comemorações do aniversário de 50 anos do "meu Pelé", Romário. Eu engoli a seco essa notícia. Lembrei que agora olho no espelho e os cabelos brancos estão cada vez mais perceptíveis.




A idade chega para todos, e para um atleta profissional, bem sucedido, ela chega rápido demais. Não deve ser fácil ser o destaque entre os amigos na escola aos 14, a promessa recém contratada aos 17, um símbolo do clube aos 21, herói nacional aos 24, melhor do mundo aos 28, uma decadência aos 30 e um aposentado aos 35. Acho que nenhum ser humano nasce preparado para esse tipo de aceleração no processo.

Agora multiplique este sentimento por 10. Isso é ser um quarterback de destaque nos Estados Unidos. É o que todos os meninos querem ser. Não importa quantas bolas você intercepte, não importa que você corra muito ou que siga o playbook e receba bolas impossíveis. O comentário será sobre o quarterback que "levou o time". Se você realmente for muito bom, este sentimento será ainda maior.

O jovem Manning
Peyton Manning é esse tipo de cara. Meio quieto, com o sotaque característico de New Orleans ele foi o melhor estreante da temporada 98. O único a ser escolhido 5 vezes o melhor jogador da temporada, recordista de quase tudo ao lado de seu alter ego, Tom Brady.

Eu poderia discorrer vários parágrafos sobre os prêmios e números de Manning, mas isso seria tão frio quanto falar dos números de Pole Positions de Senna. Para mim as duas melhores maneiras de explicar o que as Poles do Senna significam são a sua volta mágica em Monaco 88 ou o choro incontrolável do Schumacher após bater o recorde em 2000. Números são frios, assistir ao vivo os 7 touchdowns do Manning em 2013 é pura mágica.

Para entender um pouco disso, é preciso voltar no tempo. Entre 2003 e 2009 Manning era ídolo absoluto em Indianapólis. Líder dos Colts, levou o time a 2 Super Bowls, foi 4 vezes o MVP e alcançou números inacreditáveis. Mas um problema no pescoço fez com que ele tivesse que passar por uma cirurgia. Diversos fatores levaram a uma recuperação complicada e assim, pela primeira vez numa incrível sequência de 227 jogos ele não esteve em campo pelos Colts. 4 meses após a primeira cirurgia ele teve que passar por uma segunda e mais complicada.

Os chefões do time insistiram em deixa-lo na geladeira, e, mesmo ele estando recuperado a tempo de jogar, ficou fora de toda a temporada de 2011. Os Colts tiveram o péssimo resultado de 2-14 nessa temporada. Apenas a segunda vez desde que Manning entrou no time que eles venceram menos que 10 vezes.

No ano seguinte, com a primeira escolha no draft, os Colts contrataram Andrew Luck e despediram Manning, mesmo tendo que pagar uma multa milionária. A mídia após vê-lo ser trocado por um rookie, já considerava que os melhores dias dele haviam passado.

Foi então que os Broncos resolveram apostar nele. O time de Denver vinha de um período de 14 anos sem ir a um Super Bowl. Era a mistura perfeita para o que viriam a ser 4 incríveis anos.

Com uma temporada regular muito boa, e uma sequência de 11 vitórias, o time de Denver, mesmo ainda se acostumando ao seu novo quarterback, foi o primeiro colocado da AFC, perdendo naquele ano para o incrível Baltimore Ravens.

Já em 2013 a história foi diferente. Novamente com uma excelente temporada regular, o time foi embalado para os playoffs vencendo com autoridade o San Diego e conquistando o título da AFC contra o sempre forte New England Patriots. Foi então que mais um capítulo importante da história foi escrito.

O adeus de um mito
Manning é conhecido por ter problemas para jogar no frio. Seus números durante a temporada regular, que acontece entre o fim do verão e o começo do inverno são ótimos. Seus resultados durante os playoffs, que acontecem durante o inverno, são bem piores. Se a temperatura está abaixo dos -30C, seus números caem muito. A mídia americana fica maluca cada vez que ele vai jogar no frio. As mesmas perguntas são repetidas várias e várias vezes. É nítido o desconforto dele para responder estes questionamentos. E o Super Bowl de 2013/14 foi em meio a uma tempestade de neve. Não foi um jogo muito frio, mas o ambiente era super hostil. Mais um detalhe da vida de Manning.

Os gritos de "Omaha!" são famosos (tão famosos que fizeram a cidade de Omaha agradecer oficialmente no twitter pela "lembrança"), e é com ele que Manning guia seu ataque com maestria. Assistir um jogo dos Broncos em Denver, é ouvir uma sinfonia de Omahas. A torcida fica em silêncio, e ele invariavelmente força a defesa adversária a se adiantar e cometer faltas (muitas faltas).

O Super Bowl de 2013 foi contra os Seahawks. Um time super conhecido por sua torcida barulhenta. Os fãs do Seattle são conhecidos como os "12". A ligação entre torcida e time é tão grande que a camisa n.12 foi aposentada. Os 12 viajaram em peso para o Super Bowl com uma única missão, não permitir que ninguém ouvisse os comandos de Manning. Isso funcionou perfeitamente. O jogo foi horroroso, com erros que viraram famosos gifs animados. A defesa de Seattle foi implacável e assim mais uma vez todos decidiram que era o fim.

O ano de 2014 foi marcado por mais uma lesão e terminou de maneira melancólica quando os Colts, do agora já não tão novato Luck, venceram com autoridade os Broncos. Após o jogo ficou decidido que para a temporada 15/16 os Broncos teriam um novo técnico.

Entra em cena a última estatística impressionante de Manning. Sua habilidade de se adaptar. São 4 Super Bowls com 4 técnicos diferentes - Tom Brady por exemplo, esteve em 6 Super Bowls, todos com a companhia de Bill Belichick como seu técnico.

O relacionamento entre um Técnico e um Quarterback é muito importante. São eles juntos que definem as rotas de ataque. Normalmente o time e o técnico trabalham para o quarterback. Os jogadores são contratados para ajudar o quarterback. Manning não teve essa facilidade.

Esta foi sua primeira temporada com Gary Kubiak, que não cansa de elogiar a capacidade de adaptação e a velocidade em entender uma nova filosofia do camisa 18. Para mim, que sou um amante do planejamento, trabalho em equipe e dedicação que o futebol americano exige, Manning é o símbolo de tudo isso.

Manning é indiscutivelmente um dos 3 melhores quarterbacks que já jogaram. Seus números são incríveis mesmo com as adversidades que ele enfrentou. Há quem diga que em um ambiente tranquilo e estável como o que Tom Brady teve, ele teria facilmente mais do que uma mão cheia de anéis.

Nesse domingo, vimos história sendo escrita na frente dos nossos olhos. Manning alcançou sua vitória de numero 200 no Super Bowl de número 50. Esse tem tudo para ter sido seu último jogo.

"Omaha"
O mais próximo que eu como brasileiro consigo chegar de entender o que Manning acabou de fazer é comparando-o com Ronaldo na final da copa de 2002. A copa de Ronaldo "era a de 98", ele esteve acabado para o futebol por muitos. Nós sabemos o final da história. Manning acaba de fazer a mesma coisa. É impressionante observar todos que torciam contra usando o discurso: "Não me sinto tão triste pela derrota, porque foi incrível ver a redenção de um grande".

Ainda estou aprendendo a lidar com essa nova fase da minha vida, acompanhando o apagar das luzes das carreiras de tantos esportistas que me inspiraram e me fizeram torcer. Sei que assim como o sol se põe e nasce todos os dias, novos heróis e novas histórias irão aparecer, mas por um instante eu quero sentar, parar e aproveitar esse momento.

O sol pode estar se pondo, ele pode já não ser tão quente e o vento frio pode incomodar, mas o último suspiro do sol é sempre o mais bonito do dia.

Obrigado pelas horas de muito sol Manning, e muito obrigado pelo incrível por do sol.


Fellipe Brito

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

50th Super Bowl

Chegamos ao Super Bowl! Carolina x Denver!

Era o que todos os fãs do futebol americano estavam esperando. Os dois times que deixaram outros 30 para trás, cara a cara. Defesas e ataques se enfrentando pela glória, jarda a jarda. O troféu Vince Lombardi e os anéis de campeão.
Cam Newton lidera um Carolina implacável

O evento que paralisa uma nação de 300 milhões de pessoas, com direito não apenas ao jogo em si, como uma gama poderosa de entertainment. O show do intervalo sempre traz nomes de peso do cenário musical e os milionários intervalos são disputados às cotoveladas por empresas que produzem comerciais cada vez mais criativos. Para tudo que se vê, é um grande desfecho para um grande esporte.

Mas o Super Bowl também pode ser o começo. Basta mudarmos um pouco nosso ponto de vista.

Para muitos, o Super Bowl é um ponto de partida. Ora, com tamanha grandiosidade, é claro que o evento final de cada temporada da NFL atrai a cada edição, de forma magnética, novos fãs, curiosos para saber como funciona esse esporte aparentemente tão bruto.
O cobiçado troféu Vince Lombardi

Isso vale não apenas para as crianças que começam a assistir esporte na TV, como para públicos aos quais o futebol americano vem se expandindo, como é o caso do Brasil.

Sobre essa expansão no Brasil, pouco precisa ser dito. É um processo fantástico, de novos fãs a cada rodada, prontos para entender as regras que, se partirmos da premissa que o jogo nada mais é do que conquista de território, podemos entender com mais facilidade suas minúcias.

E não tenho dúvidas de que este Super Bowl irá angariar ainda mais fãs desse esporte. E esses novos fãs trazem consigo um conceito que é fantástico: como no futebol americano é preciso entender as regras básicas, o novo fã cria automaticamente o conceito de apreciação ao esporte.

O fã de futebol americano adora fundamentalmente o jogo. Não é um mero torcedor de um só time, ligado num mundinho binário e fechado de “ganhou ou perdeu”. Pode até ter um time favorito (o meu, por exemplo, é o Indianapolis Colts), mas não deixa de admirar outros atletas e outras equipes que façam um bom trabalho e que também sejam exemplo no esporte.

Essa cultura de apreciação do esporte, em detrimento do “torcedor de um time só” é algo que se vê com muita raridade aqui no Brasil, em que fomos condicionados desde a Era Vargas, passando pela Ditadura Militar, a “torcer por brasileiros” em vez de enxergar a beleza do esporte.

O futebol americano pode, sim ensinar essa cultura de apreciação dos esportes ao brasileiro. E a todo Super Bowl, se renovam essas esperanças, com mais fãs chegando para se entusiasmar com esse esporte.

P.S. 1: Eu mesmo sou um ‘filhote de Super Bowl’. O primeiro jogo que eu assisti por inteiro foi o SB XLIII, em 1º de Fevereiro de 2009, entre Arizona Cardinals e Pittsburgh Steelers. Nas semanas antes da partida, ouvi dizer que o quarterback Kurt Warner e o wide receiver Larry Fitzgerald eram uma dupla fantástica e que estavam levando o Arizona a avançar nos playoffs.
O famoso catch de Holmes

Pensei que não podia perder aquilo e, logo em meu primeiro jogo, assisti a uma das mais emocionantes edições de Super Bowl, com direito a uma interceptação com corrida de 100 jardas (isso mesmo, o campo inteiro!) pelo Pittsburgh. O Arizona não se deu por vencido, virou o placar, mas os Steelers venceram o jogo na última jogada, o famoso catch de Santonio Holmes no zerar do cronômetro, decretando placar em 27 a 23 para sua equipe.

Fiquei chateado pela dupla Warner-Fitz perder? De maneira alguma! Tinha acabado de assistir algo extraordinário, que passou a fazer parte do meu ‘calendário esportivo’ ano após ano.
Tempos depois, um querido amigo viajou para os Estados Unidos e trouxe pra mim a camiseta de jogo do Warner, que já estava aposentado. Desnecessário dizer quanto eu gosto dessa jersey... 

P.S. 2: Meu palpite para este Super Bowl? Está mais para vitória do Carolina Panthers. Mas tudo deve depender ainda dos primeiros momentos de jogo. Se o ataque avassalador do Carolina ‘encaixar’, game over, é título (inédito) pra Cam Newton e sua turma.
Manning merecia um título em sua aposentadoria

Mas sabemos dopoder da defesa do Denver Broncos, uma das poucas que pode segurar o avanço do rival. Caso a defesa realmente mostre seu valor, poderemos ter um jogo bastante truncado - e aí, sim, equilibrado e emocionante.

Sou um incansável fã de Peyton Manning, provavelmente o mais brilhante cérebro da história da NFL, mas que já está com um corpo cansado. Ele está obviamente em vias de se aposentar, então torço, sim, para que o Denver seja vencedor, ainda que o cenário aponte o contrário.

Seria um excelente prêmio para brindar uma carreira fantástica. É o típico atleta que, muitos anos mais tarde, provocam aquele suspiro saudoso:

- Sim! Eu vi Peyton Manning jogar... E como jogava...

Abração!

Lucas Giavoni

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Qual seria a camisa 10 do basquete?

No futebol nenhuma camisa tem uma mística tão grande quanto a 10: foi esse o número que assumiu uma posição de maior e mais importante dentro de uma equipe. O "camisa 10" virou sinônimo de "o craque do time", aquele que pensa o jogo e movimenta a equipe.

Se, por um lado, é verdade que nem sempre o 10 seja o melhor jogador de um time (Ronaldo, com a 9, Romário com a 11, Cruyff com a 14, Zidane com a 5...), por outro é o único que traz consigo tamanho peso e carga de expectativas.

Observando por essa ótica, no basquete é impossível uma associação: são pelo menos 101 (do 0 ao 00) as opções que os jogadores têm, e não existe qualquer tipo de conexão direta entre o número e a posição/função desenvolvida em quadra: por exemplo, o armador brasileiro Raulzinho é o #25 no Utah Jazz enquanto no Sacramento Kings esse é o número do ala-pivô Eric Moreland.

Há, porém, uma forma diferente de se associar uma camisa no basquete ao que representa a 10 no futebol: qual é o número de maior sucesso na história do esporte, e aquele que permanece sempre como uma das principais opções para as novas gerações de jogadores, atuem em qual posição for?

Abaixo, estabelecemos um ranking com as principais camisas da história da NBA.

10ª posição: Camisa 22

Atualmente, um total de doze atletas usam a camisa 22 na NBA. Dentre eles, a grande promessa dos últimos anos -- Andrew Wiggins, do Minessota Timberwolves. Outro destaque é Taj Gibson, do Chicago Bulls.

A camisa se tornou emblemática ao longo dos anos 60, pois era o número de Elgin Baylor, titular em qualquer "Lakers de todos os tempos". Nos anos 80/90, voltaria a ser protagonista, com o grande ala-armador Clyde Drexler, finalista de 1992 com os Blazers.

Elgin Baylor e Clyde Drexler


9ª posição: Camisa 24

Se este ranking for refeito dentro de uma década, talvez tenhamos mais que 8 atletas (número da temporada 2015-16) utilizando-a: é a camisa que o Lakers irá aposentar em homenagem ao grande Kobe Bryant.

Mas a história do 24 é muito mais antiga, datando da dinastia Celtics, com o ala-armador Sam Jones -- campeão 10 vezes e melhor jogador das finais de 1964. Nos anos 70, foi a camisa do gigante Rick Barry, MVP das Finais de 1975, ano em que levou os Warriors ao título da NBA. O número também foi utilizado por Moses Malone nos Rockets.

Kobe Bryant, Sam Jones e Rick Barry
8ª posição: Camisa 6

Um total de dez atletas estão usando o #6 na temporada atual, a maioria deles pivôs: destaque total para DeAndre Jordan (Clippers), líder em aproveitamento e top-3 em rebotes e tocos, e Kristaps Porzingis (Knicks), fortíssimo candidato a "Rookie of the Year".

A associação desses jogadores ao número 6 remete a Bill Russell, o maior campeão de todos os tempos da NBA, que a usou em seus 13 anos de Boston Celtics. Também foi a camisa que consagrou Julius Erving, The Doctor, no 76ers e a que LeBron James usou em suas quatro temporadas de Miami Heat.

Bill Russell e Julius Erving
7ª posição: Camisa 3

É a camisa que veste o maior número de atletas atualmente: 23 jogadores a usam, o que significa que apenas 7 dos 30 times não têm um jogador com o #3: os principais destaques são Chris Paul (Clippers) e Dwyane Wade (Heat).

A consagração principal da camisa aconteceu há 15 anos, com o grande Allen Iverson, MVP da temporada 2001. Nessa mesma época Ben Wallace virou lenda, sendo líder em tocos e escolhido Jogador Defensivo do ano quatro vezes. Também foi a camisa usada pelo lendário Drezan Petrovic nos Nets.

Dwyane Wade e Allen Iverson


6ª posição: Camisa 21

Uma das camisas mais utilizadas na atualidade, com 13 jogadores, a maioria deles bastante importantes em seus times: além das lendas Tim Duncan (Spurs) e Kevin Garnett (Timberwolves), o 21 também é o número do craque Jimmy Butler (Bulls) e do "rei dos tocos" Hassan Whiteside (Heat).

No passado, foi a camisa que consagrou o ala Dominique Wilkins (Hawks), cestinha da temporada '86 e o grande rival de Michael Jordan nos torneios de enterradas -- para muitos, até mais espetacular que MJ. 

Dominique Wilkins e Tim Duncan
5ª posição: Camisa 13

Um dos números mais emblemáticos da história, pois foi a camisa usada por Wilt Chamberlain ao longo de toda sua carreira, defendendo Warriors, 76ers e Lakers. Futuramente, seria a camisa com a qual o grande armador Steve Nash se consagraria no Phoenix Suns. Também foi a camisa de Luc Longley, pivô titular no Bulls de Jordan/Pippen/Rodman.  

Atualmente 13 jogadores a utilizam, alguns deles os astros principais de suas franquias: James Harden, no Rockets, e Paul George, no Pacers, são os maiores representantes do #13. O número também é utilizado por jogadores importantes como Marcin Gortat (Wizards), Tristan Thompson (Cavaliers) e Joakim Noah (Bulls).

Steve Nash e Wilt Chamberlain
4ª posição: Camisa 34

Na temporada atual, apenas 8 jogadores vestem o número (com destaques para Giannis Antetokounmpo, dos Bucks, e Shaun Livingston, dos Warriors), mas é um número que começou a ser consagrado em meados dos anos 80:  Hakeem Olajuwon, pelos Rockets, e Charles Barkley, pelos 76ers, eram dominantes em suas posições.

Nas décadas seguintes, o #34 ficaria marcado como sendo o número de Paul Pierce, considerado um dos principais alas da NBA e o MVP das Finais de 2008. Também foi o número que consagrou Shaquile O'Neal nos Lakers (3 MVP das Finais consecutivos) e Ray Allen em toda sua carreira pré e pós-Celtics.

Hakeem Olajuwon e Shaquile O'Neal
3ª posição: Camisa 23

Para muitos, a principal camisa da NBA deveria ser aquela usada por quem, para muitos, foi o maior jogador da história da NBA: Michael Jordan se consagrou com o 23 e consagrou o 23.

Hoje, o número é usado por um total de 14 atletas, alguns deles os melhores e líderes de suas equipes, caso de Anthony Davis (Pelicans) e LeBron James (Cavaliers). Também é o número de Draymmond Green, maior nome dos Warriors depois de Stephen Curry.

Assim como foi dito sobre o #24,  é possível que nos próximos 10 anos talvez seja o maior número da NBA, mas o 23 não tem, ainda, a magnitude histórica dos próximos dois números.

Seria o 11 do futebolista.

Michael Jordan e LeBron James
2ª posição: Camisa 32

Forte candidato ao posto de camisa 10 da NBA, o #32 foi consagrado pelo gigante Earvin "Magic" Johnson, provavelmente o melhor armador da história da NBA. Na mesma época, Karl Malone (Jazz) e Kevin McHale (Celtics) se firmariam como dois dos melhores ala-pivôs de todos os tempos, sendo nomeados para o Hall da Fama.

Antes de Magic surgir, foi a camisa com a qual o mítico Doctor Jay se tornou o primeiro ícone popular da NBA, usando o #32 pelo New Jersey Nets. E foi a camisa com que Shaquile O'Neal surgiu para o mundo no Magic e seria campeão pelo Heat. Atualmente, 8 jogadores a utilizam, com destaque especial para Blake Griffin (Clippers).

No futebol, talvez equivalente ao 9.

Magic Johnson e Karl Malone
1ª posição: Camisa 33 

Indiscutivelmente, o número mais emblemático da história da NBA: dois dos maiores jogadores de todos os tempos, o pivô Kareem Abdul-Jabbar (Bucks e Lakers) e o ala Larry Bird (Celtics), a vestiram ao longo de suas carreiras: é o único número que estampou as costas de dois jogadores desta magnitude.

Mas não foram apenas eles: lendas como Scottie Pippen (Bulls) e Patrick Ewing (Knicks) se consagraram com o número. Mais? Foi o número do pivô Alonzo Mourning (Heat) e do ala Grant Hill (Magic, Pistons). Além disso tudo, como aponta o Basketball Reference, é a camisa que mais contribuiu para vitórias na história da NBA.

Hoje, são 12 os jogadores que usam o número, com destaque para Marc Gasol, o líder do Memphis Grizzlies, além de Boris Diaw, peça importante do Spurs. E foi a camisa de Kobe Bryant em seus tempos de high school! (o lendário ala-armador só não a usaria na NBA pois o número já havia sido retirado pelos Lakers...)


Seria a camisa 10, sem dúvidas.

Jabbar, Bird, Pippen, Hill, Mourning e Ewing


Vamos imaginar um duelo com esses times: quem você acha que venceria?

All-NBA First Team (33, 32, 23, 34 e 13): Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, Hakeem Olajuwon e Wilt Chamberlain. -- Jabbar, Shaq e LeBron na reserva.

All-NBA Second Team (21, 3, 6, 24 e 22):
Allen Iverson, Kobe Bryant, Elgin Baylor, Tim Duncan e Bill Russell. -- Doctor, Wade e Wilkins na reserva.

Abraços!

Marcel Pilatti