quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

50th Super Bowl

Chegamos ao Super Bowl! Carolina x Denver!

Era o que todos os fãs do futebol americano estavam esperando. Os dois times que deixaram outros 30 para trás, cara a cara. Defesas e ataques se enfrentando pela glória, jarda a jarda. O troféu Vince Lombardi e os anéis de campeão.
Cam Newton lidera um Carolina implacável

O evento que paralisa uma nação de 300 milhões de pessoas, com direito não apenas ao jogo em si, como uma gama poderosa de entertainment. O show do intervalo sempre traz nomes de peso do cenário musical e os milionários intervalos são disputados às cotoveladas por empresas que produzem comerciais cada vez mais criativos. Para tudo que se vê, é um grande desfecho para um grande esporte.

Mas o Super Bowl também pode ser o começo. Basta mudarmos um pouco nosso ponto de vista.

Para muitos, o Super Bowl é um ponto de partida. Ora, com tamanha grandiosidade, é claro que o evento final de cada temporada da NFL atrai a cada edição, de forma magnética, novos fãs, curiosos para saber como funciona esse esporte aparentemente tão bruto.
O cobiçado troféu Vince Lombardi

Isso vale não apenas para as crianças que começam a assistir esporte na TV, como para públicos aos quais o futebol americano vem se expandindo, como é o caso do Brasil.

Sobre essa expansão no Brasil, pouco precisa ser dito. É um processo fantástico, de novos fãs a cada rodada, prontos para entender as regras que, se partirmos da premissa que o jogo nada mais é do que conquista de território, podemos entender com mais facilidade suas minúcias.

E não tenho dúvidas de que este Super Bowl irá angariar ainda mais fãs desse esporte. E esses novos fãs trazem consigo um conceito que é fantástico: como no futebol americano é preciso entender as regras básicas, o novo fã cria automaticamente o conceito de apreciação ao esporte.

O fã de futebol americano adora fundamentalmente o jogo. Não é um mero torcedor de um só time, ligado num mundinho binário e fechado de “ganhou ou perdeu”. Pode até ter um time favorito (o meu, por exemplo, é o Indianapolis Colts), mas não deixa de admirar outros atletas e outras equipes que façam um bom trabalho e que também sejam exemplo no esporte.

Essa cultura de apreciação do esporte, em detrimento do “torcedor de um time só” é algo que se vê com muita raridade aqui no Brasil, em que fomos condicionados desde a Era Vargas, passando pela Ditadura Militar, a “torcer por brasileiros” em vez de enxergar a beleza do esporte.

O futebol americano pode, sim ensinar essa cultura de apreciação dos esportes ao brasileiro. E a todo Super Bowl, se renovam essas esperanças, com mais fãs chegando para se entusiasmar com esse esporte.

P.S. 1: Eu mesmo sou um ‘filhote de Super Bowl’. O primeiro jogo que eu assisti por inteiro foi o SB XLIII, em 1º de Fevereiro de 2009, entre Arizona Cardinals e Pittsburgh Steelers. Nas semanas antes da partida, ouvi dizer que o quarterback Kurt Warner e o wide receiver Larry Fitzgerald eram uma dupla fantástica e que estavam levando o Arizona a avançar nos playoffs.
O famoso catch de Holmes

Pensei que não podia perder aquilo e, logo em meu primeiro jogo, assisti a uma das mais emocionantes edições de Super Bowl, com direito a uma interceptação com corrida de 100 jardas (isso mesmo, o campo inteiro!) pelo Pittsburgh. O Arizona não se deu por vencido, virou o placar, mas os Steelers venceram o jogo na última jogada, o famoso catch de Santonio Holmes no zerar do cronômetro, decretando placar em 27 a 23 para sua equipe.

Fiquei chateado pela dupla Warner-Fitz perder? De maneira alguma! Tinha acabado de assistir algo extraordinário, que passou a fazer parte do meu ‘calendário esportivo’ ano após ano.
Tempos depois, um querido amigo viajou para os Estados Unidos e trouxe pra mim a camiseta de jogo do Warner, que já estava aposentado. Desnecessário dizer quanto eu gosto dessa jersey... 

P.S. 2: Meu palpite para este Super Bowl? Está mais para vitória do Carolina Panthers. Mas tudo deve depender ainda dos primeiros momentos de jogo. Se o ataque avassalador do Carolina ‘encaixar’, game over, é título (inédito) pra Cam Newton e sua turma.
Manning merecia um título em sua aposentadoria

Mas sabemos dopoder da defesa do Denver Broncos, uma das poucas que pode segurar o avanço do rival. Caso a defesa realmente mostre seu valor, poderemos ter um jogo bastante truncado - e aí, sim, equilibrado e emocionante.

Sou um incansável fã de Peyton Manning, provavelmente o mais brilhante cérebro da história da NFL, mas que já está com um corpo cansado. Ele está obviamente em vias de se aposentar, então torço, sim, para que o Denver seja vencedor, ainda que o cenário aponte o contrário.

Seria um excelente prêmio para brindar uma carreira fantástica. É o típico atleta que, muitos anos mais tarde, provocam aquele suspiro saudoso:

- Sim! Eu vi Peyton Manning jogar... E como jogava...

Abração!

Lucas Giavoni

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